quinta-feira, 23 de julho de 2009

Mulheres Possíveis- Faça a sua adesão!

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quizer saber se é possível, me ofereço como piloto de testes.
Sou a miss imperfeita...Muito prazer.
Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer. Como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono pra minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a uma tonelada de e-mails, faço revisão no dentista, mamografia, caminho meia-hora diariamente, compro flores pra casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão, e ainda, faço escova toda semana- e as unhas!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO;
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.
Culpa por nada, aliás.
Existe a coca zero, o fome zero, o recruta zero...
Pois inclua na sua lista a CULPA ZERO.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou à sala de maternidade e lhe apontou o dedo, dizendo que a partir daquele momento você seria modelo pra os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye, bye vida interessante.
Porque vida interessante não é ter agenda lotada, não é ser politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar pra si a falsa impressão de ser indispensável...
É ter tempo.
Tempo pra fazer nada.
Tempo pra fazer tudo.
Tempo pra dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo pra sumir dois dias com seu amor.
Três dias.
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver novelas.
Tempo para receber aquela amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo pra seu quarto.
tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo pra você escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, pra descobrir, que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência, não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a seu favor e não contra.
A mulher moderna, anda muito antiga. Acredita que, se não for "super", se não for "mega", se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada.
Está tentando provar "não-sei-o-quê" pra "não-sei-quem".
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho, é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir...
Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, se não, é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo.
Talvez seja preciso esquecer a bolsa prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom do M.A.C.
Mas se você precisa vender a alma ao diabo pra ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que um bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado ( Ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.

Um comentário:

  1. Olha este vídeo:

    http://www.youtube.com/watch?v=99xkGEWaheQ

    Beijos!

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