domingo, 20 de novembro de 2011

Demanda por um perfil


"Meu sangue não azularam, pedigree não me deram. Sou negada como se tinteiro fosse e, infeliz, transbordasse saber da mente e coração via boca, fronte, braços, mãos, unhas...Tento definir-me em rumos e objetivos e só obstáculos colocam-me no caminho, de sorte que só resta a perspectiva introvertida de sonhos capital, na  metade do meu quase final humanista. Assim vou engatinhando soluções conceituadas para um sistema rígido, de entrada e de saída. E o faço por ser um recurso sóbrio, mas removível, tentando, ainda sano e humano, mover limites.
Nenhum capital, por forte que seja, terá retorno futuro sem que ouça agora reclames humanos...Sem que os liberte já, na sua racionalidade, desta jaula de normas, feito muros capitais." (Alfredo José Assumpção)
...
Mediante as brechas que estimulam a falta de elementos, nas coisas, nas pessoas...

Em pé!


Uma árvore quando submetida ao rigor do inverno, desprende-se totalmente da vaidade de tudo o que nela é aparente.
As agruras, próprias do inverno, não lhe permitem perder tempo com folhas, flores e frutos.
A sabedoria vegetal nos conduz para uma ação muito sugestiva.
Diante uma condição a que foi submetida, a árvore lança todas as suas forças para as raízes. Prende-se ao que é essencial naquele instante. Se insistir em manter sua seiva, para que não perca a vitalidade das folhas, das flores e dos frutos, certamente terá que morrer, pois faltará o essencial que lhe faça ficar de pé: as raízes. Inverno é um tempo em que a árvore vive para dentro.
A planta ultrapassa as pontes das estações, justamente porque se adapta às diferentes fases para viver. Para cada tempo, um jeito de ser, uma forma de ganhar, uma forma de perder, um jeito de permanecer em pé...

Testosteste


Depois de oferecer,
 foi consumido,
vaporizado e,
absorvido
sem muita valorização.
troféu vagabundo.
Querer abreviar.
Faça as contas:
Se houver 5 minutos de cortesia de conversa,
gaste apenas 2 minutos para consolá-lo,
e depois suma!



domingo, 13 de novembro de 2011

Progesteste


Proteja-se de modo que ninguém possa passar por cima de você, mandar em você ou desrespeitá-la.
Simplesmente diga: "Espere um pouquinho. Eu mereço apenas o que há de melhor."
Ter coragem e saber usá-la.
Ser como um filme de Quentin Tarantino - sem frescuras.

sábado, 12 de novembro de 2011

Voando abaixo do radar


Temos a liberdade circunstancial, categorial.
Essa experiência de liberdade se dá nas circunstâncias da existência.
A vida é exercício constante do que chamamos de liberdade eletiva, isto é, liberdade que nos ajuda a fazer escolhas.
É a resposta que damos a nós mesmos e aos outros, diante de inúmeras interpelações e alternativas.
Essa liberdade é relativa, porque sofre variações.
O inegável é que a moldura da vida é composta dessas pequenas escolhas.
Quando fico atenta às escolhas mais simples, aquelas que a todo momento realizo na minha história, de alguma forma já posso saber se estou aprisionando ou se estou libertando a minha liberdade.
Se nas circunstâncias da existência faço escolhas que confirmam a minha liberdade, estou sendo livre de fato.
Mas se nas circunstâncias da minha vida faço escolhas que me aprisionam, estou deixando de aflorar meu fundamento.
Estamos em processo de feitura, e Deus, nos devolve a nós mesmos o tempo todo. Ele nos devolve pelas mãos históricas de quem nos encontra, de quem nos ama. 
É o amor humano de Deus, manifestado em minha vida pela força de pessoas concretas, cheias de voz e de gestos.

Metade


Que a força do medo que tenho, não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito, não tape meus ouvidos e a boca, porque metade de mim é o que grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe seja linda ainda que entristeça.
Que o homem que eu amo seja pra sempre amado, mesmo que distante, porque metade de mim é partida, a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor. Apenas respeitadas,
como a única coisa que resta a uma mulher inundada de sentimentos, porque metade de mim é o que ouço, a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora, se transforme na calma e na paz que eu mereço, e que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada, porque metade de mim é o que penso, a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável, que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância, porque metade de mim é lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito, e que o teu silêncio me fale cada vez mais, porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente complicar, porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer, porque metade de mim é a platéia a outra metade é canção,
e que, a minha loucura seja perdoada, porque metade de mim é amor e a outra metade também.

domingo, 6 de novembro de 2011

Femear é:

uma perspectiva muito interessante que pode ser explicitada de maneira simples a partir de uma frase: nem tudo que já temos é nosso, porque carece ser conhecido e conquistado. É simples.
Já parou para pensar nos inúmeros talentos e habilidades que você possui, mas que ainda não desenvolveu por falta de cultivo? É disso que estou falando. Há talentos que só poderemos saber se possuímos se fizermos alguma coisa para despertá-los. É processual, isto é, carece tempo, disciplina, projeto.
É "ato" tudo aquilo que já é.
É "potência" tudo aquilo que o ato ainda pode ser.
Difícil?
Creio que não.
Ter caráter e decência;
Ser confiável;
Ter consideração pelos outros;
Apreciar a gentileza;
Saber qual é a proporção saudável entre ceder e exigir;
Lealdade a quem for leal a você.

No fim das contas, felicidade, alegria e, sim, estabilidade emocional, são os únicos parâmetros de avaliação de que realmente precisamos.