Mulheres gostam de fazer mistério. Ela não, ela é o mistério. Por uma razão simples: a mulher amazona sabe que a vida é uma coisa assombrosa e perfeita e vive o mais sagrado dos rituais. Ela sente as estações e se movimenta de acordo com os ventos, rindo da chuva e chorando com os rios que morrem. Coleciona pedrinhas, fala com plantas e de uma hora para outra quer ficar só, não insista.
Não, ela não é uma esotérica deslumbrada mas vive se deslumbrando: com as heroínas dos filmes, aquela livraria nova, o CD do fulano... Ela se apaixona, sonha acordada e tem insônia por amor. As injustiças do mundo a angustiam mas ela respira fundo e renova sua fé na humanidade. Luta todos os dias por seus sonhos, adormece em meio a perguntas sem respostas e desperta com o sussurro das manhãs em seu ouvido, mais um dia perfeito para celebrar o imenso mistério de estar vivo.
Ela equilibra em si cultura e natureza, movendo-se bela e poética entre os dois extremos da humana condição. Ela é rara, sim, mas não é uma aberração, um desvio evolutivo. Pelo contrário: ela é a mais arquetípica e genuína expressão da feminilidade, a eterna celebração do sagrado feminino. Ela está aí nas ruas, todos os dias. A mulher amazona ainda sobrevive em todas as mulheres mas a maioria tem medo e a mantém enjaulada. Ela é o que todas as mulheres são, sempre foram, mas a grande maioria esqueceu.
Felizmente algumas lembraram. Foram incompreendidas, sim, mas lamberam suas feridas e encontraram o caminho de volta à sua própria natureza.
Os sonhos nocturnos representam a linguagem da
ResponderExcluirMulher Selvagem.
Ela está a transmitir.
Só temos de fazer o ditado.
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Ela canta a partir do conhecimento de los ovarios,
um conhecimento das profundezas do corpo,
das profundezas da mente,
das profundezas da alma.
(Clarissa Pinkola Estes)
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Ao mais antigo Oráculo da Grécia,
consagrado à Grande Mãe da terra, do mar e do céu,
deram-lhe o nome de Delfos, de delphos,
com o significado de "Ùtero".
(Barbara Walker)
Beijos, Lu.