quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Horas Rubras



Horas profundas, lentas e caladas
feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noite de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas
Ouço as olaias rindo desgranhadas
Tombam astros em fogo, astros dementes.
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p'las estradas
Os meus lábios são brancos como lagos
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras
Sou chama e neve branca misteriosa
E sou talvez, na noite voluptuosa
Ó meu poeta, o beijo que procuras!

Um comentário:

  1. Belo, simplesmente "Belo" poema de Florbela Espanca...
    Diz, canta e descobre o Amor...
    E ainda sabe o que o Poeta procura...

    Parabéns, Luciana.

    Beijos
    António Manuel

    ResponderExcluir