domingo, 21 de agosto de 2011

Quando bater na porta, deixe-o entrar





Essa mulher é uma casa secreta. Em seus cantos, guarda vozes e esconde fantasmas.
Nas noites de inverno, quem entra nela, não sai nunca mais.
Essa casa precisa ser habitada, atravessada no mais profundo. 
Nela se espera o vinho de quem a beberá, muito suavemente.
Bata na porta e espere...
se usar a chave e não girar, espere...
Quando entrar nessa casa, você vai ouvir uma voz desafinada vinda do banheiro, 
logo depois, marcas de pés molhados no chão,
um cheirinho de comida vem da cozinha,
e sobre a mesa, uma maçã meio comida.
Um cigarro meio fumado, lagarta de cinza morta, tinge a beira do cinzeiro.
E, nesta mesma noite, a casa transpirará entre rasgos e sedas.







Nenhum comentário:

Postar um comentário