quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Manhã dos 33


Às vezes eu tenho uma leve impressão
Às vezes é uma bruta certeza
de que a nossa vida na Terra
não é bem uma viagem de férias
Nascemos pelados, sem nada, sozinhos
como fogo do sol nos olhinhos de neném
E ninguém pode nos consolar
da fome enorme que é viver
da imensa dor que é nascer na Terra
Saudade da luz das estrelas... saudade... estrela
Tudo vem, passa por nós e se vai
Sonhos e planos, fracassos, vitórias
o bem e o mal, pesadelos e sonhos bons
nada mais restará na corrente dos anos
que ainda tentamos deter a todo custo nas mãos
Se tudo e todos que amamos se vão
Meu amor segura firme a minha mão
A mente e a cor tão breves são ilusões
Só restará o coração, a vela de um barquinho
no oceano infinito do Tempo a vagar...
E na branca manhã dos meus 33
Eu tive uma bruta certeza
De que a vida humana na Terra
Não é bem uma viagem de férias...

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